quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

2010 em branco


Conejo congela em Copenhague...


...e se diverte em Barcelona. Não postaremos fotos de faringite nem de BIS.

Felizanonovo.

Depois de um mês lotado pela maratona jornalística (frustrada) em Copenhague, algum trabalho em Barcelona seguido por uma maratona etílica (bem-sucedida), uma faringite aguda e a inebriaaaaante cobertura da reunião do BIS na Basileia, este blog está de volta. Lá fora a neve continua cobrindo a cidade. Aqui dentro, no noticiário, as desgraças seguem pipocando e a TV a cabo não deixa de repetir os mesmos filmes. O ano virou, a vida não. As pautas já se amontoam e as saudades também. Mas como 2009 foi ótimo, podemos continuar na mesma toada.

Peguei o trem da Basileia para cá ontem sem muita vontade de ler. Mr. Hemingway gosta de me acompanhar, mas como eu não estou convicta da paixão dele pela chatíssima Catherine Baker, andamos às turras até que ele volte a ser Hemingway. Por isso o trocava de tempos em tempos pela paisagem branca lá fora. Mr. Reed e Mr. Stipe também insistem, e como eles combinam com a neve achei que poderiam continuar cantando no meu ouvido.

É muito estranha essa sensação de você ter todo mundo e não ter ninguém. Não passo um dia em que não fale com namorado/mãe/pai/irmão/amigos de lá/amigos de cá/colegas (não todos de uma vez, obviamente). É como se as 'minhas' pessoas estivessem sempre sempre me acompanhando, ao menos virtualmente.

Mas elas não estao aqui. Elas não são pegáveis. E no trem, na neve, na viagem que não acaba e na paisagem que não muda, nas horas de aeroporto, nos intermináveis escrutínios de segurança que devem agora se tornar muito mais rápidos, não há ninguém nunca. Nem virtualmente. Deve ter sido assim que eu comecei a relacionar o Hemningway e o Lou Reed com esse pertencer sem pentercer.

O trabalho que eu escolhi me empurrou para isso de bom grado. Paradoxalmente, ele não é nada solitário. Eu tenho meus amigos de viagem já, ainda que eles trabalhem para a concorrência. Eu encontro meus amigos de jornal em megacoberturas e ainda descubro que a masmorra tem mais gente bacana do que eu pensava. A gente esbarra por gente legal por aí que nunca viu antes (Maria Luisa, Cesare, Sven, Dictte, Tine, é tipo um time da Benetton). E encontra pessoas queridas perdidas por aí (Roberto e Talita, Renate, Tuca, Mme. Cintiá, James, Vini, Pedro, Cami _é uma equipezinha de globetrotters).

Mas são indas e vindas. Tantas que mesmo com os meus amigos de Genebra eu não consigo passar muito tempo, e logo logo eles se somarão a minha coleção particular de ausências também.
O que me enche (no bom sentido) é o meu trabalho, que mesmo quando eu detesto e canso continua sendo fascinante. Eu nunca aprendi tanto. Eu nunca vi e ouvi tanto. Eu nunca fui tão independente naquilo que eu faço (talvez independente até demais, mas vá lá) nem tão feliz fazendo.

Por que entre as duas sensações tem de haver um oceano?

Um comentário:

rosasymanski disse...

Lu

que bom saber de vc e do quanto está curtindo a sua vida!!! parece deliciosa!!!

bjs


Rosa Symanski